Aqui ficam alguns sintomas característicos do aparecimento de folgas e as respectivas técnicas de as eliminar, bem como as ferramentas envolvidas nas acções de manutenção (com o patrocínio de uma revista de bikes).
Execução
Na abordagem deste tema, apresento as situações mais comuns divididas por três grandes áreas da bicicleta: quadro, transmissão e rodas. Faço também referência à relação causa-efeito de determinada anomalia, abordando outros aspectos como sejam: o desgaste, desalinhamento, empenos, ruídos, prisões, etc.
Execução
Na abordagem deste tema, apresento as situações mais comuns divididas por três grandes áreas da bicicleta: quadro, transmissão e rodas. Faço também referência à relação causa-efeito de determinada anomalia, abordando outros aspectos como sejam: o desgaste, desalinhamento, empenos, ruídos, prisões, etc.
Quadro
Independentemente dos materiais que constituem o quadro e da sua geometria, as zonas sujeitas ao aparecimento de folgas são, efectivamente, a caixa de direcção e os pontos de rotação e fixação do triângulo traseiro, nos modelos de suspensão total. Devido ao seu comportamento activo, os sistemas multi-pivot são obviamente mais vulneráveis ao aparecimento destes problemas. Estes traduzem-se normalmente em vibrações excessivas, falta de tracção na roda traseira, respostas de funcionamento deficiente do sistema de suspensão e ruídos anómalos. É muito frequente aparecerem casquilhos de fixação com deformações e desgaste acentuado (alumínio ou teflon), rolamentos de pontos de rotação gripados ou com folga, e parafusos de fixação com empenos consideráveis. Como referi anteriormente, é de facto importante conhecermos os sistemas das nossas bicicletas, estarmos familiarizados com o material, conhecermos as suas reacções e efectuarmos as afinações das suspensões e amortecedores em função do peso e tipo de utilização.
Triângulo Traseiro
sistema mono-pivô
Com a roda traseira fora do quadro, retira os parafusos de fixação do amortecedor traseiro. Ao exercer manualmente pequenos movimentos laterais, verifica a dimensão da folga do mecanismo de rotação.
Em caso de substituição dos rolamentos, nem sempre é fácil conseguir as ferramentas especiais para retirar os rolamentos do quadro. A ser possível essa tarefa e como metodologia de trabalho, para evitar trocas ou esquecimentos, utiliza um recipiente para colocar todos os componentes por ordem à medida que vai desmontando.
Na montagem deves ter em atenção as tensões de aperto dos componentes aconselhadas pelo fabricante, normalmente expressos em Nm, só possíveis de executar com chave dinamométrica.
A verificação do alinhamento e o reaperto do dropout são as últimas acções a executar depois de todos os componentes do triângulo traseiro estarem instalados.
Caixa de direcção
Existem no mercado três tipos de caixas de direcção (integradas, semi-integradas e normais). As de fabrico mais recente contemplam no seu interior rolamentos selados. O seu ajuste é uma acção extremamente importante para a segurança da condução. Os sintomas de anomalia na caixa de direcção são facilmente detectáveis na travagem e na condução, devido às vibrações excessivas sentidas na parte da frente da bicicleta.
Para verificar a existência de folgas pode-se também proceder de duas formas distintas:
1- Encosta a roda da frente a uma superfície que detenha o seu movimento, trava-se a bicicleta e provoca-se a oscilação da caixa de direcção.
2- Apalpa a caixa de direcção entre o avanço e a testa do quadro, enquanto movimentas a bike para a frente e para trás.
Em situações mais complicadas, a única solução é mesmo a substituição dos rolamentos selados. Esta acção implica a desmontagem da frente da bicicleta. A troca dos rolamentos não requer nenhum tipo de ferramenta especial, apenas chaves allen 5/6 mm.
Começa por aliviar a tensão de aperto dos parafusos do avanço do guiador. De seguida retira a tampa e o parafuso colocado no topo do avanço do guiador.
Começa por retirar os componentes pela sua ordem: avanço de guiador, anilhas espaçadoras, tampa da caixa de direcção, anilha de “frenagem”, rolamento ou aranha de esferas no caso de modelos mais antigos.
Elevando o quadro até o tubo da suspensão ficar fora da montagem, tens acesso aos restantes componentes da caixa de direcção, colocados na parte inferior da “testa” do quadro.
O processo de montagem é obviamente o inverso, colocando todos os componentes pela ordem correcta.
Após colocação de todos os componentes, resta efectuar a eliminação da folga da montagem. Essa acção é executada com uma chave allen de 5/6 mm, apertando o parafuso da tampa do avanço do guiador. O aperto não deve ser excessivo, deve ser executado em pequenos ajustes, validando de seguida a suavidade do movimento em direcção e a existência de prisões ou folgas.
Para finalizar, efectua o aperto dos parafusos do avanço do guiador.
Aviso: Alguns avanços de guiador, nomeadamente os de carbono e titânio, fazem referência a tensões de aperto que devem ser respeitadas. Neste caso, esta tarefa só é possível recorrendo a uma chave dinamométrica ou de torque.
Transmissão
É sem dúvida o “coração” da bicicleta, e aquela que requer maior regularidade de manutenção. Ilustramos de seguida os pontos de maior preocupação.
Conjunto pedaleiro
Com o aparecimento no mercado dos conjuntos pedaleiros integrados, de onde se destacam o sistema Hollowtech II e os seus homólogos na Truvativ, Race Face e FSA, entre outros as tarefas de manutenção também ficaram mais facilitadas. Estes sistemas usam rolamentos selados nos componentes de aperto do eixo, montados externamente na rosca. Embora um pouco mais fiáveis que os antigos eixos Isis ou Octalink, também são vulneráveis ao aparecimento de folgas.
Com as duas mãos nos cranques, verifica a existência de folgas do conjunto pedaleiro.
Caso detectes alguma anomalia, desmonta o eixo pedaleiro e faz uma verificação de cada um dos rolamentos.
Para desmontar os rolamentos necessitas de uma chave especial Shimano TL-FC 32 ou similar de outra marca.
Em função da largura da caixa do pedaleiro do quadro (68 ou 73 mm), não esqueças de montar as anilhas espaçadoras correctamente.
Desviador traseiro
Uma das situações que mais potencia o aparecimento de problemas mecânicos ao nível deste componente, é o esquecimento quase generalizado de, no final de cada utilização, deixar a transmissão na posição de descanso. Num desviador não invertido essa posição é definida colocando a corrente no prato pedaleiro mais pequeno e carreto mais pequeno da cassete. Caso contrario existirá uma permanente distensão na mola do desviador, originando folgas e dificuldade de recuperação na selecção das velocidades. Os roletes do desviador traseiro são também componentes sujeitos a desgaste permanente devido à quantidade de sujidade que acumulam. Nas duas grandes marcas que dominam este mercado, Shimano e Sram, são facilmente substituídos usando uma chave allen 2,5 mm.
Pedais
A lubrificação do interior do pedal, vai deteriorando-se naturalmente com a utilização. A maioria dos modelos de pedais permite acções de manutenção do eixo (ex: Shimano). Para evitar os problemas de funcionamento inerentes à sua permanente utilização, é aconselhável a execução da sua manutenção semestralmente. Esta tarefa deve ser executada com o pedal fora dos cranques do conjunto pedaleiro.
Corrente
A falta de cuidado na utilização das relações de transmissão, conjugada com a fricção a que este componente é sujeito, provoca torções naturais que deterioram as suas características. É possível avaliar o desgaste da corrente recorrendo a uma ferramenta específica, que nos indica com toda a segurança a necessidade de a substituirmos. Numa utilização não competitiva e com uma regular manutenção, é usual uma corrente fazer 2500 km. Normalmente quando existe a necessidade de substituir a corrente, deve também substituir-se a cassete e o(s) prato(s) pedaleiro(s) mais desgastado(s).
Rodas
Cubos (esferas ou rolamentos selados)
Os problemas nos cubos das rodas manifestam-se normalmente de três formas distintas: folgas, facilmente detectadas movendo a roda lateralmente quando montada na bicicleta, ruídos parasitas, ou ainda por pequenas prisões no movimento de rotação.
Cubos com esferas
Focando-nos no primeiro aspecto, e dando como exemplo um cubo com esferas no seu interior, devemos em primeiro lugar desmontar a roda. Após retirares os apertos rápidos e com a roda apoiada, retiramos o retentor de borracha de protecção do cubo, apenas de um dos lados.
Segurando com uma mão o cubo da roda, move o eixo em todas as direcções para perceber a dimensão da folga. Utilizando as chaves de cones, ajusta o efeito porca/contra-porca do eixo até este rodar livremente e sem folgas.
Por vezes, para além do problema descrito, é comum aparecerem outras anomalias motivadas pela falta de lubrificação, sujidade acumulada ou simplesmente pelo desgaste do material (esferas e eixo). Nesse caso a intervenção não se pode só cingir à eliminação da folga; é necessário desmontar todos os componentes do cubo, limpar, substituir as esferas ou o eixo danificado, lubrificar e voltar a afinar o efeito porca/contra-porca com as chaves de cone.
Cubos com rolamentos selados
No mercado existem hoje inúmeras marcas e modelos que utilizam este tipo de componentes no seu interior. São bastante fiáveis e, por conseguinte, requerem menos acções de manutenção. No entanto, com a utilização ao longo do tempo, os rolamentos sofrem desgaste, provocando folgas, ruídos ou prisões no seu normal funcionamento, exigindo neste caso a sua substituição.
Os procedimentos de substituição dos rolamentos são um pouco mais complexos do que a manutenção a um cubo de esferas.
Situações a ter em conta:
Nos cubos com rolamentos selados os sistemas de retenção podem ser do tipo selo protector ou contra-porca;
As extremidades do eixo são roscadas até ao batente do rolamento. A que tiver menor dimensão é colocada do lado do cepo;
Para efectuar determinados ajustes nos cubos de alguns modelos de rodas, é necessário o uso de alguma ferramenta especial da marca, normalmente fornecida aquando da compra das rodas.
Verifica com regularidade a correcta fixação dos apertos rápidos e dos sistemas de retenção;
Utilizando duas chaves de cones (ou bocas), alivia o efeito contra-porca de ambos os lados do eixo, começando pelo lado correspondente ao cepo. Para o efeito deves apoiar a roda num torno.
Segurando com uma mão o cubo da roda, aplica uma pancada precisa com o maço plástico no eixo, para que este, juntamente com o rolamento, possa sair do interior do cubo.
Com a roda bem apoiada, repete o procedimento anterior para o lado contrário e retira o eixo. Utilizando um líquido desengordurante e um pano, limpa o interior do cubo, removendo todos os resíduos e analisa possíveis desgastes.
Utilizando um cilindro metálico com dimensão idêntica ao diâmetro exterior do rolamento em questão e usando o maço plástico, aplicar uma pancada precisa para colocar o rolamento no interior do eixo (Começa do lado correspondente ao cepo). Do lado contrário o procedimento é idêntico, mas com a introdução do eixo da roda.
De seguida, e com a roda apoiada, coloca as anilhas espaçadoras de borracha de protecção do cubo, bem como as porcas de selagem do sistema de retenção e efectua as verificações finais.
Desalinhamentos das Rodas
A tensão a que as rodas são sujeitas, provocam desalinhamentos significativos (lateral e/ou radial) que necessitam também de correcção. Existem ferramentas próprias para fazer a avaliação da uniformidade de tensão dos raios, mas a mesma pode ser executada de uma forma fácil, manualmente.
Manuseia os raios dois a dois de ambos os lados da roda, e verifica se existe uma tensão uniforme em todos eles.
Caso detectes diferenças de tensão, coloca a roda no aparelho de centrar ou no quadro da bicicleta, e procede ao aperto (sentido contrário aos ponteiros do relógio) do/s raio/s em questão, utilizando a chave respectiva na medida adequada à cabeça do raio.
Não imprimas uma tensão excessiva de uma só vez, apenas ajustes de ¼ de volta, verificando de seguida o resultado do ajuste.
Para eliminar os desvios laterais inerentes ao procedimento anterior, movimenta a roda livremente para detectar a grandeza do desvio e a sua localização.
Se o aro tendencialmente desviar para a direita, indica que, nesse ponto, os raios da direita estão mais apertados que os da esquerda. Aliviando a tensão dos raios direitos em ajustes de ¼ de volta e apertando na mesma proporção os raios montados à esquerda dessa zona, vai-se eliminando o desalinhamento.
Procedimento semelhante deve ser executado, caso o aro apresente desvios para a esquerda. Se os ajustes forem sempre feitos na mesma proporção de ambos os lados do aro, fica-se com a garantia de manter a mesma tensão e um bom alinhamento em toda a roda.
Pela sua complexidade, os procedimentos de alinhamento radial (o chamado empeno vertical) de uma roda não serão objecto de análise neste artigo. Iremos remeter esse interessante tema para um outro artigo inteiramente dedicado.
Aviso: Esta tarefa de centrar as rodas é uma tarefa complicada e que requer acima de tudo muita prática. Se não te sentes tecnicamente preparado para a executar, a melhor opção é recorreres à tua loja de assistência habitual.
Existem no mercado três tipos de caixas de direcção (integradas, semi-integradas e normais). As de fabrico mais recente contemplam no seu interior rolamentos selados. O seu ajuste é uma acção extremamente importante para a segurança da condução. Os sintomas de anomalia na caixa de direcção são facilmente detectáveis na travagem e na condução, devido às vibrações excessivas sentidas na parte da frente da bicicleta.
Para verificar a existência de folgas pode-se também proceder de duas formas distintas:
1- Encosta a roda da frente a uma superfície que detenha o seu movimento, trava-se a bicicleta e provoca-se a oscilação da caixa de direcção.
2- Apalpa a caixa de direcção entre o avanço e a testa do quadro, enquanto movimentas a bike para a frente e para trás.
Em situações mais complicadas, a única solução é mesmo a substituição dos rolamentos selados. Esta acção implica a desmontagem da frente da bicicleta. A troca dos rolamentos não requer nenhum tipo de ferramenta especial, apenas chaves allen 5/6 mm.
Começa por aliviar a tensão de aperto dos parafusos do avanço do guiador. De seguida retira a tampa e o parafuso colocado no topo do avanço do guiador.
Começa por retirar os componentes pela sua ordem: avanço de guiador, anilhas espaçadoras, tampa da caixa de direcção, anilha de “frenagem”, rolamento ou aranha de esferas no caso de modelos mais antigos.
Elevando o quadro até o tubo da suspensão ficar fora da montagem, tens acesso aos restantes componentes da caixa de direcção, colocados na parte inferior da “testa” do quadro.
O processo de montagem é obviamente o inverso, colocando todos os componentes pela ordem correcta.
Após colocação de todos os componentes, resta efectuar a eliminação da folga da montagem. Essa acção é executada com uma chave allen de 5/6 mm, apertando o parafuso da tampa do avanço do guiador. O aperto não deve ser excessivo, deve ser executado em pequenos ajustes, validando de seguida a suavidade do movimento em direcção e a existência de prisões ou folgas.
Para finalizar, efectua o aperto dos parafusos do avanço do guiador.
Aviso: Alguns avanços de guiador, nomeadamente os de carbono e titânio, fazem referência a tensões de aperto que devem ser respeitadas. Neste caso, esta tarefa só é possível recorrendo a uma chave dinamométrica ou de torque.
Transmissão
É sem dúvida o “coração” da bicicleta, e aquela que requer maior regularidade de manutenção. Ilustramos de seguida os pontos de maior preocupação.
Conjunto pedaleiro
Com o aparecimento no mercado dos conjuntos pedaleiros integrados, de onde se destacam o sistema Hollowtech II e os seus homólogos na Truvativ, Race Face e FSA, entre outros as tarefas de manutenção também ficaram mais facilitadas. Estes sistemas usam rolamentos selados nos componentes de aperto do eixo, montados externamente na rosca. Embora um pouco mais fiáveis que os antigos eixos Isis ou Octalink, também são vulneráveis ao aparecimento de folgas.
Com as duas mãos nos cranques, verifica a existência de folgas do conjunto pedaleiro.
Caso detectes alguma anomalia, desmonta o eixo pedaleiro e faz uma verificação de cada um dos rolamentos.
Para desmontar os rolamentos necessitas de uma chave especial Shimano TL-FC 32 ou similar de outra marca.
Em função da largura da caixa do pedaleiro do quadro (68 ou 73 mm), não esqueças de montar as anilhas espaçadoras correctamente.
Desviador traseiro
Uma das situações que mais potencia o aparecimento de problemas mecânicos ao nível deste componente, é o esquecimento quase generalizado de, no final de cada utilização, deixar a transmissão na posição de descanso. Num desviador não invertido essa posição é definida colocando a corrente no prato pedaleiro mais pequeno e carreto mais pequeno da cassete. Caso contrario existirá uma permanente distensão na mola do desviador, originando folgas e dificuldade de recuperação na selecção das velocidades. Os roletes do desviador traseiro são também componentes sujeitos a desgaste permanente devido à quantidade de sujidade que acumulam. Nas duas grandes marcas que dominam este mercado, Shimano e Sram, são facilmente substituídos usando uma chave allen 2,5 mm.
Pedais
A lubrificação do interior do pedal, vai deteriorando-se naturalmente com a utilização. A maioria dos modelos de pedais permite acções de manutenção do eixo (ex: Shimano). Para evitar os problemas de funcionamento inerentes à sua permanente utilização, é aconselhável a execução da sua manutenção semestralmente. Esta tarefa deve ser executada com o pedal fora dos cranques do conjunto pedaleiro.
Corrente
A falta de cuidado na utilização das relações de transmissão, conjugada com a fricção a que este componente é sujeito, provoca torções naturais que deterioram as suas características. É possível avaliar o desgaste da corrente recorrendo a uma ferramenta específica, que nos indica com toda a segurança a necessidade de a substituirmos. Numa utilização não competitiva e com uma regular manutenção, é usual uma corrente fazer 2500 km. Normalmente quando existe a necessidade de substituir a corrente, deve também substituir-se a cassete e o(s) prato(s) pedaleiro(s) mais desgastado(s).
Rodas
Cubos (esferas ou rolamentos selados)
Os problemas nos cubos das rodas manifestam-se normalmente de três formas distintas: folgas, facilmente detectadas movendo a roda lateralmente quando montada na bicicleta, ruídos parasitas, ou ainda por pequenas prisões no movimento de rotação.
Cubos com esferas
Focando-nos no primeiro aspecto, e dando como exemplo um cubo com esferas no seu interior, devemos em primeiro lugar desmontar a roda. Após retirares os apertos rápidos e com a roda apoiada, retiramos o retentor de borracha de protecção do cubo, apenas de um dos lados.
Segurando com uma mão o cubo da roda, move o eixo em todas as direcções para perceber a dimensão da folga. Utilizando as chaves de cones, ajusta o efeito porca/contra-porca do eixo até este rodar livremente e sem folgas.
Por vezes, para além do problema descrito, é comum aparecerem outras anomalias motivadas pela falta de lubrificação, sujidade acumulada ou simplesmente pelo desgaste do material (esferas e eixo). Nesse caso a intervenção não se pode só cingir à eliminação da folga; é necessário desmontar todos os componentes do cubo, limpar, substituir as esferas ou o eixo danificado, lubrificar e voltar a afinar o efeito porca/contra-porca com as chaves de cone.
Cubos com rolamentos selados
No mercado existem hoje inúmeras marcas e modelos que utilizam este tipo de componentes no seu interior. São bastante fiáveis e, por conseguinte, requerem menos acções de manutenção. No entanto, com a utilização ao longo do tempo, os rolamentos sofrem desgaste, provocando folgas, ruídos ou prisões no seu normal funcionamento, exigindo neste caso a sua substituição.
Os procedimentos de substituição dos rolamentos são um pouco mais complexos do que a manutenção a um cubo de esferas.
Situações a ter em conta:
Nos cubos com rolamentos selados os sistemas de retenção podem ser do tipo selo protector ou contra-porca;
As extremidades do eixo são roscadas até ao batente do rolamento. A que tiver menor dimensão é colocada do lado do cepo;
Para efectuar determinados ajustes nos cubos de alguns modelos de rodas, é necessário o uso de alguma ferramenta especial da marca, normalmente fornecida aquando da compra das rodas.
Verifica com regularidade a correcta fixação dos apertos rápidos e dos sistemas de retenção;
Utilizando duas chaves de cones (ou bocas), alivia o efeito contra-porca de ambos os lados do eixo, começando pelo lado correspondente ao cepo. Para o efeito deves apoiar a roda num torno.
Segurando com uma mão o cubo da roda, aplica uma pancada precisa com o maço plástico no eixo, para que este, juntamente com o rolamento, possa sair do interior do cubo.
Com a roda bem apoiada, repete o procedimento anterior para o lado contrário e retira o eixo. Utilizando um líquido desengordurante e um pano, limpa o interior do cubo, removendo todos os resíduos e analisa possíveis desgastes.
Utilizando um cilindro metálico com dimensão idêntica ao diâmetro exterior do rolamento em questão e usando o maço plástico, aplicar uma pancada precisa para colocar o rolamento no interior do eixo (Começa do lado correspondente ao cepo). Do lado contrário o procedimento é idêntico, mas com a introdução do eixo da roda.
De seguida, e com a roda apoiada, coloca as anilhas espaçadoras de borracha de protecção do cubo, bem como as porcas de selagem do sistema de retenção e efectua as verificações finais.
Desalinhamentos das Rodas
A tensão a que as rodas são sujeitas, provocam desalinhamentos significativos (lateral e/ou radial) que necessitam também de correcção. Existem ferramentas próprias para fazer a avaliação da uniformidade de tensão dos raios, mas a mesma pode ser executada de uma forma fácil, manualmente.
Manuseia os raios dois a dois de ambos os lados da roda, e verifica se existe uma tensão uniforme em todos eles.
Caso detectes diferenças de tensão, coloca a roda no aparelho de centrar ou no quadro da bicicleta, e procede ao aperto (sentido contrário aos ponteiros do relógio) do/s raio/s em questão, utilizando a chave respectiva na medida adequada à cabeça do raio.
Não imprimas uma tensão excessiva de uma só vez, apenas ajustes de ¼ de volta, verificando de seguida o resultado do ajuste.
Para eliminar os desvios laterais inerentes ao procedimento anterior, movimenta a roda livremente para detectar a grandeza do desvio e a sua localização.
Se o aro tendencialmente desviar para a direita, indica que, nesse ponto, os raios da direita estão mais apertados que os da esquerda. Aliviando a tensão dos raios direitos em ajustes de ¼ de volta e apertando na mesma proporção os raios montados à esquerda dessa zona, vai-se eliminando o desalinhamento.
Procedimento semelhante deve ser executado, caso o aro apresente desvios para a esquerda. Se os ajustes forem sempre feitos na mesma proporção de ambos os lados do aro, fica-se com a garantia de manter a mesma tensão e um bom alinhamento em toda a roda.
Pela sua complexidade, os procedimentos de alinhamento radial (o chamado empeno vertical) de uma roda não serão objecto de análise neste artigo. Iremos remeter esse interessante tema para um outro artigo inteiramente dedicado.
Aviso: Esta tarefa de centrar as rodas é uma tarefa complicada e que requer acima de tudo muita prática. Se não te sentes tecnicamente preparado para a executar, a melhor opção é recorreres à tua loja de assistência habitual.
Cepo
Embora fisicamente ligado à roda, o funcionamento anómalo deste componente reflecte-se no desempenho da transmissão da bicicleta.
A acumulação de sujidade e a falta de lubrificação degeneram normalmente em folgas, ruídos indesejáveis e, em casos extremos, até no bloqueio de movimento de rotação. Por isso, a nossa preocupação deve centrar-se na sua regular verificação de funcionamento e correcta lubrificação.
O acesso ao interior deste componente é uma tarefa difícil só possível com recurso a algumas ferramentas especiais, pelo que é aconselhável a deslocação ao ponto de assistência técnica habitual.
São muito comuns situações extremas de bloqueio total do movimento, ou degradação dos componentes no seu interior. Nessa situação, a opção a tomar é a sua substituição por um componente novo.
Na maioria dos modelos de rodas do mercado, só é possível extrair o cepo se o eixo da roda estiver desmontado. Assegurada essa tarefa, conforme descrito anteriormente, com recurso a uma chave allen de 11 mm retira-se o cepo. O procedimento de montagem é obviamente o inverso.
Aviso:
É difícil encontrar chaves allen de 11mm no mercado. A solução passa por conseguir a ferramenta específica da marca, ou a equivalente de milímetros em polegadas.
Embora fisicamente ligado à roda, o funcionamento anómalo deste componente reflecte-se no desempenho da transmissão da bicicleta.
A acumulação de sujidade e a falta de lubrificação degeneram normalmente em folgas, ruídos indesejáveis e, em casos extremos, até no bloqueio de movimento de rotação. Por isso, a nossa preocupação deve centrar-se na sua regular verificação de funcionamento e correcta lubrificação.
O acesso ao interior deste componente é uma tarefa difícil só possível com recurso a algumas ferramentas especiais, pelo que é aconselhável a deslocação ao ponto de assistência técnica habitual.
São muito comuns situações extremas de bloqueio total do movimento, ou degradação dos componentes no seu interior. Nessa situação, a opção a tomar é a sua substituição por um componente novo.
Na maioria dos modelos de rodas do mercado, só é possível extrair o cepo se o eixo da roda estiver desmontado. Assegurada essa tarefa, conforme descrito anteriormente, com recurso a uma chave allen de 11 mm retira-se o cepo. O procedimento de montagem é obviamente o inverso.
Aviso:
É difícil encontrar chaves allen de 11mm no mercado. A solução passa por conseguir a ferramenta específica da marca, ou a equivalente de milímetros em polegadas.
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