sexta-feira, outubro 13, 2006

Técnicas

Passar por árvores caídas
Para passar por troncos ou raízes salientes, precisam de saber levantar a roda da frente e logo de seguida a roda traseira. Sempre sem perder o equilíbrio. Enfrentem o obstáculo a velocidade moderada, deixem de pedalar e coloquem ambos os pedais ao mesmo nível, puxem o corpo para trás e antes de colidir com o obstáculo, puxe o guiador para levantar a roda da frente. Logo depois da roda da frente passar o obstáculo e a pousar no chão, desloquem o corpo para a frente e com a ajuda dos pés, levante a roda traseira, para que transponha o obstáculo com o mínimo de impacto possível. Para praticar esta manobra, coloquem vários troncos com cerca de 20 cm de altura, distanciados cerca de 3 metros. Os troncos devem estar fixos. Se tiverem dificuldade em arranjar troncos, experimentem subir passeios, aplicando a técnica descrita. Comece com passeios baixos. É uma forma de ganhar confiança. Mas atenção, os passeios têm arestas que podem provocar furos em ambas as rodas, se a manobra for mal feita. Utilizem a zona das rampas das garagens ou passadeiras.


Valas
Comecme com valas pouco inclinadas. Antes de enfrentar a vala coloquem uma velocidade leve, na descida puxem o corpo para trás e mal comece a subida passem o peso do corpo para cima do guiador e pedalem sem solavancos. Se a vala tiver água ou lama no fundo preparem-se para as surpresas.


Lama
O segredo para atravessar terrenos enlameados está no impulso inicial, não parar de pedalar para manter a velocidade. Antes de enfrentar a lama, metam uma mudança mais leve e cheguem-se para trás, de modo a colocar o peso sobre a roda traseira, escolham o trajecto mais recto e simples, porque qualquer desvio vai faze-los perder velocidade. Mantenham o guiador firme e evite travar. Estejam sempre atentos, nunca se sabe o que está escondido por debaixo da lama. Podem encontrar pedras, buracos ou paus. A lama é um dos maiores inimigos dos calços dos travões.


Arrancar numa subida
Perder velocidade, parar ou até mesmo cair numa subida é perfeitamente natural, principalmente em subidas técnicas. Para recomeçarem a pedalar, procurem um local menos acidentado, ponham uma mudança leve. Coloquem a bicicleta num angulo 45º em relação à inclinação do terreno, travem e montem a bicicleta de forma a ficar com o pé apoiado no chão na parte mais alta da subida. Aproveitem o pé que estava no chão para simultaneamente dar impulso à bicicleta enquanto puxam o corpo para a frente e começam a pedalar. Esta manobra, aparentemente fácil requer alguma prática em subidas difíceis.


Descidas
As descidas são um dos "obstáculos" mais perigosos do BTT. O excesso de confiança, a falta de prática, a emoção e a adrenalina da descida e os obstáculos surpresa fazem um coktail explosivo e perigoso. Convém engrenar uma velocidade pesada para esticar a corrente e evitar que salte. Por outro lado evita que pedale em "seco" quando precisar de pedalar. É fundamental saber escolher a trajectória, principalmente em descidas mais ou menos técnicas. Nem sempre o caminho aparentemente mais fácil é o melhor. A escolha da melhor trajectória aprende-se com a prática. Deve-se estar sempre a olhar para os 8 a 10 metros à nossa frente e nunca para a roda da frente. Devemo-nos concentrar no piso escolhido e nunca no que evitamos. Depois de escolhida a trajectória já não há tempo para correcções. As reacções são instintivas e tudo se passa muito rápido. A partir de certa velocidade o nosso cérebro não é capaz de discernir todos os pormenores. Com a trepidação e a velocidade, vemos as coisa a passarem como um rascunho e só nos podemos concentrar naquilo que realmente nos pode fazer perder o controlo da bicicleta.
Quando começamos a descer, temos tendência em puxar o corpo para a frente. Se chocarmos com algum calhau, rego ou tronco, em vez de saltarmos o objecto, voamos por cima do guiador!!! Para evitar uma queda grave, estique os braços e puxe o traseiro para trás do selim. Aperte as cochas contra o selim e mantenha os pedais ao mesmo nível, para não perder o equilíbrio e evitar que choquem com objectos. Esta posição - a tomar em descidas mais radicais - coloca o centro de gravidade muito baixo e mesmo perdendo o controlo da bicicleta a queda não será muito grave.
A maior percentagem da travagem pertence ao travão da frente. Mas em terrenos com pouca aderência este travão deve ser utilizado com moderação. Um descuido e temos a roda da frente a deslizar. O travão da frente deve ser utilizado em trajectórias a direito. Se temos uma curva acentuada à nossa frente - numa descida por exemplo - devemos travar fortemente (com o travão da frente) imediatamente antes da curva, e mal entramos na curva, utilizamos o travão de trás para ajudar a conseguir a melhor trajectória. Nas descidas mais técnicas e trialeiras, o travão traseiro é muitas vezes utilizado para orientar a bicicleta, e o travão da frente serve apenas para não deixar embalar a bicicleta em excesso.
Não fique a travar permanentemente durante muito tempo. Trave mais fortemente e em intervalos. Assim evita o aquecimento dos calços, que pode provocar perdas significativas, na capacidade de travagem.

Areia
Sempre que possível evite andar na areia. A areia para além de ser uma das superfícies mais difíceis de ultrapassar, provoca grandes estragos na mecânica da bicicleta. Quando tiver que enfrentar um trilho de areia, engrene uma velocidade não muito leve e enfrente o trilho com calma. O mais importante é não perder o balanço. Nunca deixe de pedalar, mesmo quando pensa que vai perder o equilíbrio. Seja confiante. Agarre o guiador com firmeza, não coloque muito peso sobre a roda da frente e evite andar aos zigue-zagues. Se a extensão de areia for grande não hesite, desmonte da bicicleta e atravesse-a a pé. Não demora mais tempo e o material vai-lhe ficar muito agradecido. (Fazer o resto do passeio com a corrente a ranger, não vai ser muito agradável). Se a corrente estiver "encharcada" em areia e não tiver dificuldade em arranjar água, utilize a água do seu Camelbak para "lavar" a corrente, desviador e mudanças.

Subir
As bicicletas de montanha foram pensadas para enfrentar as piores subidas. Com 24 ou 27 velocidades, é fácil a qualquer principiante, fazer a maior parte das subidas. Para fazer uma correcta escolha da mudança de velocidades, é preciso alguma experiência. Pense nas mudanças a utilizar antes de começar a subir. Se vai enfrentar uma subida difícil, escolha a cremalheira (rodas dentadas da pedaleira) mais pequena. Depois, durante a subida só precisa de actuar num dos comandos das mudanças: O dos carretos da roda traseira, geralmente do lado direito. Evite trocar de mudanças em esforço. Se precisa de colocar uma mudança mais leve (ou pesada), dê previamente 2 ou 3 pedaladas mais fortes para a bicicleta ganhar algum balanço e ter alguns segundos para fazer a troca de mudança sem esforçar a corrente e os carretos. Troca de mudanças em esforço, pode partir a corrente e causar danos graves nos dentes dos carretos.
Para se manter sentado durante uma subida inclinada, tem que saber distinguir o peso a aplicar nas duas rodas, para evitar levantar a da frente e perder a tracção na de trás. Para os principiantes, a melhor maneira de conseguir este compromisso é permanecer sentado, e colocar peso na roda da frente, inclinando-se sobre o guiador, mantendo o nariz a cerca de 10 cm do guiador e os cotovelos bem em baixo. O traseiro deve ser puxado para a parte posterior do selim. O segredo está em não perder a tracção. Se a roda da frente levantar é fácil corrigir a trajectória. No entanto se perder tracção, perde rapidamente o equilíbrio e vai ter que desmontar. Mas, a técnica não é tudo; A força nas pernas é essencial para recuperar das mudanças de ritmo provocadas pelos obstáculos que vão aparecendo na subida.

Equipamento

Capacete - Nunca andem sem capacete. Os capacetes mais recentes são muito leves que depois de nos habituarmos até nos esquecemos que os temos colocados. São bem ventilados e seguros.

Óculos - Também nunca devem andar sem oculos. Não servem apenas para proteger dos raios ultra violetas, mas também dos insectos, ramos, pó, pedras e vento.

Luvas - Protegem as mãos não só do frio, mas também das quedas e das vibrações do guiador. Há luvas com gel que evitam o "adormecer" das mãos.

Sapatilhas: Devem utilizar sapatos próprios, com sola rija para melhorar o rendimento da pedalada. Evitem sapatos com cordões porque podem prender-se na pedaleira ou nos pedais. Ou então sapatilhas próprias para pedais SPD.

Calções - Os calções são fundamentais para passar longas horas em cima da bike. Se não gostam da de calções de lycra pode encontrar calções com aspecto mais tradicional, mas com o indispensável reforço acolchoado para evitar dores na zona das virilhas.

Camisola - As camisolas feitas em tecido especial são garantia de conforto, quer ande sob sol, calor, frio, chuva ou vento. O seu tecido funciona como uma segunda pele, libertando o suor, mantêm-nos secos e quentes. Para além disso são muito resistentes, protegendo-nos em caso de queda, e não rasgam quando ficamos presos em ramos de arvores ou silvas. Evite andar com T-Shirts de algodão no verão ou camisolas de lã no Inverno.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Aquecimento

Não comece a pedalar de imediato, primeiro efectue um aquecimento geral. Aqui fica uma ideia do que se pode fazer :

Pescoço - alongue para os dois lados e depois faça pequenas rotações sem exagerar.

Ombros - entrelaçe os dedos sobre a cabeça e puxe os braços durante 15 a 20 segundos, as costas devem estar direitas e os abdominais contraídos.

Braços - lentamente coloque o braço direito por detrás da cabeça e com a mão esquerda segure o cotovelo direito durante 10 segundos, depois faça o inverso.

Tronco - gire o tronco e os braços para a direita e depois para a esquerda durante cerca de 10 a 15 segundos de cada lado.

Coxas - alongue uma perna e transfira o peso para a outra perna que está flectida, 15 a 20 segundos para cada. Contrair os abdominais e endireitar a coluna.

terça-feira, outubro 03, 2006

Afinar mudanças

Para se proceder a esta afinação a limpeza da corrente e dos os carretos e cremalheiras é imprescindível, sob pena de não se obterem os resultados esperados.


1- Os cabos dos desviadores devem estar sem a minima folga. Para saber se o cabo está correctamente afinado colocar as mudanças no carreto e cremalheira mais pequena, ver agora a folga do cabo puxando o mesmo. Se estiver esticado OK, caso contrário tirar a folga do cabo desapertando o parafuso que o mantém fixo e esticar até a mesma desaparecer.

2- A afinação dos desviadores:
Cada desviador tem dois parafusos que servem para estabelecer os limites minimo e máximo da peça que guia a corrente, normalmente estão identificados com H e L (high-alta e low-baixa). Vamos começar por afinar o desviador traseiro.

2.1- Para afinar o desviador traseiro, rodar o parafuso que estabelece o limite máximo do desviador de forma a que não consiga colocar a mudança no carreto maior, logo que o consiga, rode o parafuso em direcção contrária até que a corrente volte a passar para o carreto grande. Agora verifique se o alinhamento do braço do desviador com o carreto maior é perfeito. Se for, está afinado para o carreto maior. Repetir a operação para o carreto mais pequeno. Dê aos pedais e percorra as várias mudanças veja se a corrente não salta, se tudo estiver bem passar para o desviador dianteiro.

2.2- Com a corrente no carreto maior e cremalheira mais pequena, rodar o parafuso "L" até que o espaço entre a corrente e a parte interior do guia da corrente não ultrapasse 0.5 mm. Com a corrente no carreto mais pequeno e cremalheira maior, ajuste o outro parafuso até que o espaço entre a corrente e o lado exterior do guia não exceda os mesmos 0,5 mm.

Agora vamos coordenar os selectores com as mudanças (caso seja necessário) isto é feito com o parafuso de ajuste do cabo que está no próprio desviador. Começar com a corrente na cremalheira do meio e percorrer as mudanças traseiras vendo se a corrente passa bem. Se, por acaso, a corrente não quiser passar para um carreto maior, rodar o parafuso para fora (desapertar). Se verificar o contrário, rodar no outro sentido.